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MARGUERITE PORETE E A ESCRITA DE SI: ENTRE A LITERATURA E A FILOSOFIA
Authors: EMANUELLE VALÉRIA GOMES DE LIMA E MARIA SIMONE MARINHO NOGUEIRA
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O presente artigo analisa, através de uma revisão bibliográfica, o discurso da personagem Alma, que se encontra no livro de Marguerite Porete, a fim de verificar até que ponto as marcas linguísticas da memória ocupam uma concepção de escritura de si. Trata-se da obra O espelho das almas simples e aniquiladas e que permanecem somente na vontade e no desejo do Amor. Como podemos ver ao longo da história, os homens ocuparam, desde os primórdios, os ambientes institucionais, sociais, literários e filosóficos e, por isso, tentaram, por extenso período, evitar que mulheres ocupassem os mesmos espaços e cargos, sendo, portanto, negligenciadas em suas habilidades e, da mesma forma, silenciadas. Apesar disso, algumas mulheres na Idade Média transgrediram essas vontades e subverteram a ordem do mundo naquele momento. É o caso de Marguerite Porete, mulher e escritora que, desobedecendo aos ditames do campo literário/filosófico/teológico medieval, escreve para que outras mulheres possam entender outra perspectiva que não apenas a da instituição Igreja que, naquela época, muitas vezes demonstrou colocar um determinado poder acima dos preceitos divinos.