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O ESQUEMATISMO EPIDÉRMICO DE FANON E AS VIDAS QUE IMPORTAM: DA GUERRA NA UCRÂNIA AO COTIDIANO BRASILEIRO
Authors: IVO PEREIRA DE QUEIROZ; ERICSON SAVIO FALABRETTI
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Alarmadas pelos bombardeios russos sobre cidades ucranianas, as massas
populares, aterrorizadas, saíram em debandada. Inicialmente, procuravam refúgio nos países
vizinhos. Em meio à profusão de relatos sobre os efeitos materiais e emocionais dos ataques,
causas e efeitos do conflito, chegaram ao conhecimento público o racismo ucraniano contra
pessoas negras. Estas, estavam sendo impedidas de deixar a Ucrânia porque as autoridades
decidiram que, primeiramente, deveriam proteger e salvar as pessoas brancas. Algumas
semanas antes, na região metropolitana do Rio de Janeiro, um homem negro foi morto pelo
vizinho, militar da Marinha, após o atirador achar que se tratava de um assaltante. Naturalizouse matança de pessoas negras, no Brasil, e os protestos contra esta barbárie são vistos com maus
olhos. O que estes episódios, afastados geograficamente por milhares de quilômetros, têm em
comum com a fenomenologia do racismo desenvolvida por Frantz Fanon? A análise desta
aproximação será feita através do levantamento de reflexões de Fanon sobre as metafísicas da
brancura e da negrura, do esquematismo epidérmico e do racismo cultural.