203-228
“MULHER DE BANDIDO”: A CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE VIRTUAL
Authors: Laiza Mara Neves Spagna
Number of views: 177
Currently, the possibility for the Brazilian State to find an effective solution to the problem of public security is very distant. This is evident in the face of the inefficiency of the bodies responsible for promoting security and social justice, which mostly rely on a slow and discredited Judiciary, with an ostensive police, and with the progressive decline of the country's Prison Institutions. This context can be considered a reflection of the process of strengthening the Penal State, caused by the neoliberal economic deregulation and the dismissal of the Social State, from the twentieth century, especially in capitalist countries with recent industrialization. In other words, as of the 1970s, such countries began to adopt economic adjustments defended by the nations of central capitalism as being counterparts for participation in the world economy. Social issues, as obstacles to national development, should be quickly removed; and so, misery was criminalized1. Following the political regulations of the globalizing market economy, Brazil has delegated many of its social problems to police repression and judicial penalties. The association of these two spectra: poverty and criminality, generated a discriminatory view on all the symbolic arising from prison institutions, corroborated by the state's incompetence in managing such institutions.
Atualmente, a possibilidade de o Estado brasileiro encontrar uma solução efetiva à problemática da segurança pública encontra-se deveras distante. Isso se evidencia diante da ineficiência dos órgãos responsáveis pela promoção da seguridade e da justiça social, que contam, em sua maioria, com um Judiciário lento e desacreditado, com uma polícia ostensiva, e com a progressiva decadência das Instituições Prisionais do país. Esse contexto pode ser considerado reflexo do processo de fortalecimento do Estado Penal, acarretado pela desregulamentação econômica neoliberal e pela destituição do Estado Social, a partir do século XX, sobretudo em países capitalistas de industrialização recente. Ou seja, a partir da década de 1970, tais países passaram a adotar ajustes econômicos defendidos pelas nações do capitalismo central como sendo contrapartidas para a participação na economia mundial. As questões sociais, enquanto entraves ao desenvolvimento nacional, deveriam ser rapidamente extirpadas; e assim, a miséria foi criminalizada1. Seguindo as regulamentações políticas da economia de mercado globalizante, o Brasil delegou muitos de seus problemas sociais à repressão policial e à penalização judiciária. A associação desses dois espectros: pobreza e criminalidade, geraram um olhar discriminatório sobre todo o simbólico advindo das instituições prisionais, corroborado pela incompetência estatal em administrar tais instituições.