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Rede social pessoal de jovens acolhidos em Lares de Infância e Juventude [Personal social network of young people in institutional care]
Authors: Sandrine Dias, Joana Sequeira, Sónia Guadalupe
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Objetivos: A rede social pessoal tem sido considerada um fator de proteção importante para lidar com a adversidade. Este estudo pretende caracterizar as redes sociais pessoais de jovens em regime de acolhimento prolongado, comparando os resultados segundo o sexo. Métodos: Participaram 84 jovens, 49 raparigas e 35 rapazes, entre os 12 e os 20 anos (M ± DP = 15,26 ± 2,17), acolhidos em 6 Lares de Infância e Juventude (distrito de Santarém, Portugal), avaliados com o Instrumento de Análise da Rede Social Pessoal (caracteriza as dimensões estrutural, funcional e relacional-contextual das redes). Resultados: As redes dos jovens em situação de acolhimento residencial são constituídas, em média, por 12 elementos, são fragmentadas, diversificadas e predominantemente compostas por familiares. O nível de apoio social percebido é elevado, especialmente função emocional e informativa, registando-se elevada satisfação com o suporte social. A frequência de contactos com os membros da rede associa-se à distância geográfica. Os rapazes apresentam redes ligeiramente maiores e valorizam mais as relações familiares que as raparigas (p < 0,05). As raparigas identificam mais elementos de famílias amigas (p < 0,05), tendem a identificar redes mais diversificadas e mais densas, assim como percebem as relações como sendo mais simétricas (p < 0,05). As raparigas identificam redes maioritariamente femininas e os rapazes tendencialmente masculinas (p < 0,01). Os rapazes percebem maiores níveis de apoio informativo (p = 0,031), companhia social (p = 0,040) e acesso a novos contactos (p = 0,001). Conclusões: Este estudo confirma a importância da família para jovens em regime de acolhimento, apesar da distância, da frequência de contactos e dos motivos subjacentes ao acolhimento. Estas conclusões remetem-nos para a importância de perceber a perspetiva dos próprios jovens sobre as suas relações interpessoais, de forma a potenciar o suporte social informal e a planificar um processo de autonomização sustentado.
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Aims: The social personal network has been considered an important protection factor when dealing with adversity. This study aims to characterize the social personal network of youngsters in foster homes during extended periods of time, by comparing the results according to sex. Method: Eighty-four youngsters participated in this study, 49 girls and 35 boys, aged between 12 and 20 years old (M = 15.26; SD = 2.17), living in 6 institutions of foster care (Santarém, Portugal). All were assessed through the Personal Social Networks Analysis Tool (characterize the structural, functional, and contextual/relational dimensions of networks). Results: The social network of youngsters in foster care is composed of 12 elements, on average, it is fragmented, diversified, and primarily composed of family members. The level of social support perception is high (emotional and informative function), having a high satisfaction with social support. The contact frequency with the social network members is associated with the geographic distance. Boys have networks slightly bigger than girls and they value more family relations. Girls tend to identify more elements from “friend-families” (p < 0.05), they tend to identify more diverse and denser networks, and they see the relationships as more symmetric (p < 0.05). Girls identify networks mainly feminine and boys tendentiously masculine (p < 0.01). Boys recognize a higher level of informative support (p = 0.031), companionship (p = 0.040), and access to new contacts (p = 0.001). Conclusions: This study confirms the relevance of family to the young people in foster care, despite the distance, the frequency of contacts, and the underlying reasons that lead them to foster homes. These findings lead us to the importance of understanding the perspective from young people themselves about their interpersonal relationships, in order to enhance the informal social support and to plan a supported autonomization process.