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LEITURA: UMA FELICIDADE CLANDESTINA
Authors: Germana Maria Araújo Sales
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Felicidade Clandestina, conto de Clarice Lispector,
narra em primeira pessoa, a história de uma personagem
apaixonada por livros. Nesta narrativa, são relatados
os modos de apropriação e desapropriação da leitura
e do livro, oportunizados pela “ânsia de ler”, quando
a narradora introduz, em sua infância, uma felicidade
“ilusória”, clandestina. A pequena leitora ansiava pelo
empréstimo do livro, propriedade de uma menina má, que
nega a cessão da obra, airmando sempre que ela não está
em suas posses. A agonia da leitora acaba, quando a mãe
da menina má põe im a desilusão, entregando o livro
desejado à ansiosa leitora. Neste episódio, observa-se a
presença misteriosa e suspensa do livro como instrumento
transgressor e transformador de uma realidade linear. A
posse do volume nas mãos traduz um indecifrável sentimento
na menina. Tal qual outras personagens leitoras, a
menina busca a leitura como a um amante e, a sua posse,
causa-lhe uma indecifrável felicidade; passando a saborear,
lentamente “aquela felicidade clandestina”.