OLIVEIRA, Francisco Nilton Gomes de; HOLANDA, Gerda de Souza; DORNELES, Patrícia Silva; MELO, Juliana Valéria de (orgs.). Acessibilidade cultural no Brasil: narrativas e vivências em ambientes sociais. Rio de Janeiro: Editora Multifoco, 2016. ISBN: 978-85-5996-161-4.
Partindo de uma coleção Ticuna depositada no acervo do Setor de Etnologia e Etnografia do Museu Nacional buscamos explicitar os contextos de produção dos sentidos dos objetos e a sua atualização ao longo do tempo numa dinâmica que envolve processos comerciais, produção científica, construção de patrimônios nacionais e de memórias étnicas e que envolvem memórias herdadas e regimes de memória.
Temos como objetivo debater a consolidação do Centro de Documentação e Memória do Instituto Municipal Nise da Silveira, cujo acervo está relacionado à história da psiquiatria e dos saberes médico-psicológicos. Analisaremos a importância que a documentação relativa às instituições psiquiátricas brasileiras tem tido, desde o início do movimento de Reforma Psiquiátrica, para as reflexões sobre o lugar social da loucura.
Este artigo discute como o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro implementou sua gestão documental, a partir de 2001. Ao não construir um diálogo multidisciplinar, o TJERJ termina ostentando como objetivo estratégico e indicador de desempenho a quantidade de processos destruídos, parecendo não se preocupar com a preservação e a acessibilidade.
O presente artigo visa apresentar uma breve discussão sobre uma fonte de natureza eclesiástica até o momento pouco explorada pelos historiadores brasileiros, principalmente, no que se relaciona à construção de uma história dos descendentes de escravos no período colonial. A riqueza das habilitações sacerdotais permite reconstruir trajetórias de africanos e seus descendentes, descrevendo complexos processos de mobilidade social.
Este artigo pretende abordar a circulação das memórias de violência racial e étnica praticadas pela ditadura civil-militar, que passaram a ser divulgadas a partir da fase de sua distensão. Nossa análise será centrada em três filmes: O Homem que virou suco (João Batista de Andrade, 1980); Mato eles? (Sérgio Bianchi, 1982) e O Dia em que Dorival encarou a guarda (Jorge Furtado & José Pedro Goulart, 1985). As questões que irão nortear esse artigo são: a) de que modos os filmes operam a mediação entre as memórias dos grupos marginalizados e o público de cinema?; e b) de que modos as instituições estatais (censura e EMBRAFILME, empresa estatal que financiou e distribuiu os filmes abordados) avaliaram essas obras?
Tendo a invisibilidade social dos documentos arquivísticos como realidade em nosso cotidiano, analisamos as razões do Povo Indígena Parintintin, sociedade essencialmente oral, a aceitar a doação de uma coleção de documentos digitalizados. Contextualizamos a historicidade desse povo na luta peles terras que ocupam como condição de valorização do domínio dos instrumentos burocráticos de produção do conhecimento do Estado.
Este estudo resulta de pesquisa que realizei no Arquivo Público do Estado do Ceará (APEC), coligindo documentação ministerial, provincial e municipal sobre "índios" na província do Ceará. O objetivo do artigo é explorar o valor etnográfico das fontes, o que implicou numa crítica interna do material, de modo a fornecer uma narrativa histórica acerca dos “Indios da Cachorra-Morta”.
O artigo apresenta um estudo sobre a seguinte questão: em que medida o Arquivo Público doEstado do Espírito Santo (Apees) tem atendido os públicos especiais no contexto das práticas de mediação cultural? Para tanto se adotou o método de pesquisa documental. Conclui-se queo Apees atendeu pomeranos, ciganos, indígenas e comunidade LGBT em 34 práticas de mediação cultural de diferentes tipos.