Extensão Rural

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Authors: Apes Falcao Perera, João Carlos Costa Gomes

A produção do conhecimento tecnológico no Brasil foi intensificada em um momento histórico em que os interesses dos poderes instituídos não encontravam sintonia com as demandas originadas no setor produtivo. Os órgãos oficiais de pesquisa e de extensão rural estavam imbuídos de inserir o Brasil no contexto internacional da modernização da agricultura,atendendo aos interesses da indústria produtora de insumos agrícolas e da indústria processadora de alimentos. Deste distanciamento de interesses resultou um estoque de tecnologias não utilizadas, com conseqüente esforço destas organizações para a sua adoção.No sentido de evitar o aumento deste estoque, algumas iniciativas vêm sendo implementadas, principalmente com a utilização de metodologias participativas, associadas às estratégias de organização social, que promovem uma maior aproximação entre pesquisadores e agricultores, buscando uma melhor definição dos problemas de pesquisa, facilitando a utilização do conhecimento produzido.Este estudo buscou analisar a metodologia de Redes de Referência como uma ferramenta para esta aproximação. Baseado na avaliação de resultados e na percepção de agricultores envolvidos em trabalhos que utilizaram esta metodologia sugere-se que deve haver um maior cuidado na formação destas redes, bem como a associação com outras estratégias para potencializar a utilização do conhecimento.

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Authors: Carlos Guanziroli, Hildo Meirelles de Souza, Airton Valente Junior, Carlos Américo Basco

O artigo revela que a produção de caju no Nordeste está relativamente estagnada desde a década de 80 e que as políticas visando amodernização do setor não tiveram o efeito desejado, principalmente por não ter escolhido como alvo dessas políticas um segmento capaz gerar economias de escala e de internalizar tecnologias avançadas de produção que gerassem aumentos de produtividade e renda.

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Authors: Paulo André Niederle

A agricultura familiar encontra-se integrada a um vasto conjunto demercados agroalimentares, comumente percebidos segundo uma dicotomiabásica que dispõe, de um lado, as chamadas cadeias convencionais outradicionais e, de outro, as redes alternativas ou emergentes. O objetivo deste artigo é articular categorias conceituais com vistas a construir uma abordagem analítica capaz de apreender, mesmo que parcialmente, esta diferenciação para além das percepções empíricas já conhecidas.Primeiramente, destaca-se a noção de redes verticais e horizontais como uma metáfora que auxilia a compreensão da dinâmica de integração diferencial dos agricultores nas cadeias de valor e nos arranjos produtivos localizados. Em seguida, argumenta-se que parte das diferenças entre as redes convencionais e alternativas está associada aos distintos graus e formas de enraizamento (embeddedness) dos mercados. Finalmente,discute-se a questão da qualidade nos mercados agroalimentares de forma a demonstrar como diferentes modos de valoração dos produtos estão na base deste mesmo processo de diferenciação ao qual vimos nos referimos.

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Authors: Thiago Gledson Rios Terra, Luciano Marcelo Falle Saboya, Tarcisio Castro Alves de Barros Leal, Tarliane Martins Tavares

A água é fator de suma importância para a vida do ser humano, sendo utilizada em suas necessidades básicas, para produção de alimentos,recreação e laser. Tendo em vista essa importância, objetivou-se avaliar o acesso e uso da água no Assentamento Vale Verde, no município de Gurupi, estado do Tocantins. O trabalho se desenvolveu no período de 17/12/2005 à 25/01/2006, por meio de visitas locais e aplicação de questionário aos proprietários. Os entrevistados reagiram de forma diferenciada no decorrer da entrevista. O Assentamento possui três córregos, sendo que, dois deles são intermitentes. 13% dos entrevistados não dispõem de qualquer forma de água em suas propriedades. A maior parte retira água das fontes através de carretilha e a utiliza para as necessidades básicas e dessedentação de animais. Constatou-se que cerca de 76% dos lotes apresentaram erosão do tipo laminar e 60% dos lotes apresentaram mata ciliar com estado de conservação considerado ruim.Evidenciou-se que um dos entraves encontrados para alavancar o processo produtivo no respectivo Assentamento é a falta de água, principalmente na época da seca.

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Authors: Sibele Vasconcelos de Oliveira, Marcos Alves dos Reys

A preocupação com o desenvolvimento sustentável tem motivado países para a adoção de medidas que minimizem as externalidades negativas causadas pelo modo de vida contemporâneo. Seguindo a tendência mundial, o Brasil vem estimulando a produção de biocombustíveis, através de investimentos no setor e da elaboração de leis que tornam obrigatórias a mistura do biodiesel ao diesel de petróleo. O presente trabalho tem por objetivo a discussão sobre a estruturação e consolidação da cadeia produtiva do biodiesel à base de soja no Rio Grande do Sul. Por sua grande disponibilidade, a matriz produtiva do biodiesel gaúcho está baseada no óleo de soja, usufruindo da já consolidada estrutura de produção,distribuição e esmagamento do grão. Atualmente, quatro empresas lideram a produção do combustível, gerando capacidade de aproximadamente 400 milhões de litro/ano. Dentre os anos 2007 e 2009, testes estatísticos não paramétricos não detectam diferença entre médias de produção (m3) de biodiesel entre as usinas de fabricação da energia. Ademais, ressalta-se que variações na produção de biodiesel no estado, além de serem resultados de ações estratégicas empresariais, também compõem-se de indicadores como disponibilidade de matéria-prima, evolução das políticasindustriais e de inovação tecnológica, eficácia e aderência das linhas definanciamento ao setor.

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Authors: Arnaldo José Zangelmi, Izabella Fátima Oliveira de Sales

Uma parte considerável dos trabalhos que estudam as conseqüências da ação de militantes de movimentos sociais, principalmente do MST, para acultura do homem do campo se esforça em demonstrar o caráter exógeno e imposto que essas ações assumem frente ao modo de vida tradicional dos trabalhadores rurais. Diferentemente dessa visão ideal, nostálgica e intocável sobre o camponês, pretende-se aqui demonstrar como os integrantes do Assentamento Aruega (Novo Cruzeiro/MG) deram novas dimensões para sua cultura de forma ativa e consciente, valendo-se, em grande medida, dos novos instrumentos analíticos e empíricos trazidos pela atuação dos militantes do MST no processo de ocupação da terra e na posterior organização do Assentamento.