Revista Brasileira de Futebol

2-27

Authors: BN Pasquarelli, VAFA Souza, LCR Stanganelli

Os jogos com campo reduzido (JCR) são caracterizados, principalmente, pela dimensão do campo e número de jogadores menores que as oficiais. Durante a última década, cresceu o número de estudos que buscaram investigar respostas fisiológicas, metabólicas, perceptuais e tático-técnicas dos JCR. Haja vista a grande quantidade de estudos relacionados aos JCR encontrados na literatura, o objetivo deste estudo foi revisar as investigações relacionadas aos JCR a fim de orientar a prescrição do treinamento de maneira sistemática, planejada e organizada

38-47

Authors: JM Bueno, AI Silva, GEF Vargas

Objetivo:O objetivo do presente estudo foi analisar e comparar a composição corporal dos árbitros profissionais do Brasil e do Chile. Amostra:Participaram do estudo 17 árbitros brasileiros pertencentes a Federação Paranaense de Futebol e 11 árbitros chilenos da Associação Nacional de futebol Profissional(ANFP), todos do sexo masculino. Métodos:Para avaliação da composição corporal foram mensuradas sete dobras cutâneas, oito perímetros, quatro diâmetros ósseos, massa corporal e estatura. Resultados:Após análise dos dados verificou-se que o percentual de gordura médio dos árbitros do Brasil era superior ao dos árbitros chilenos (19,4 ±5,7% versus 16,6 ±3,5), apesar disso, ambos os grupos apresentaram um perfil morfológico (somatotipo) classificado como sendo meso-endomorfo. Conclusão: O árbitro de futebol permanece atuando em partidas de alto nível com uma idade superior a média dos jogadores de futebol. Mesmo considerando os aspectos que permeiam as ações do árbitro como o tempo de prática e a experiência, um perfil morfológico inadequado pode representar um ponto decisivo na performance do árbitrodurante o jogo. Sugere-se que as federações ofereçam aos seus árbitros programas de condicionamento físico associado a orientações nutricionais para melhorar o perfil atlético, e assim, prolongando a vida útil dos mesmos, evitando que eles deixem de arbitrar por excesso de peso e falta de condições físicas.

56-64

Authors: AS Soares

Objetivos:Verificar e comparar os sinais relevantes detectados por goleiros e treinadores de goleiros de futebol para tomada de decisão em cobranças de pênalti. Amostra:9 indivíduos, 3 de cada grupo: Goleiro Júnior (GJ), Goleiro Profissional (GP) e Treinador de Goleiros (TG). Metodologia:Cada indivíduo assistiu aos vídeos de cobranças de pênalti (4 vídeos) para destacar os sinais percebidos no mesmo. Na imagem da cobrança, esta era congelada nomomento em que o chutador chega à bola, ou seja, no momento em que o pé de apoio é colocado ao lado da bola (imagem em tempo real) para que seja realizada uma primeira análise, em seguida a imagem era repetida em câmera lenta e congelada novamente no momento em que o jogador chegava próximo à bola (segunda análise). As filmagens foram realizadas por trás do gol, tendo assim, a mesma visão que o goleiro tem do lance. Os dados deste estudo foram tratados através de análise de conteúdo. Os dados foram tratados através de Análise de Conteúdo, utilizando a Análise Temática. Resultados:Os sinais mais citados por GJ, GP e TG foram: Quando o chutador corre reto em direção à bola, o chute é cruzado; a posição do corpo quando chega à bola, e o pé de apoio, indicam a direção da bola; quando o chutador corre em alta velocidade em direção à bola, o chute é cruzado. Conclusões:Verificar a posição do corpo do atleta quando chega à bola, e observar a corrida do adversário em direção à bola são sinais relevantes que podem contribuir com osucesso do goleiro, sendo estes, os mais destacados por todos em análises acertadas, mostrando não haver diferença entre grupos. Fica evidente também a necessidade do goleiro antecipar-se à cobrança de pênalti.

73-87

Authors: L Drummond, AF Araujo Júnior, CD Shikida

Objetivos:mensurar a competitividade do futebol brasileiro desde 1971 até 2009 e verificar se mudanças como a Lei Pelé e a disputa por pontos corridos alterou a distribuição de pontos no Campeonato Brasileiro de Futebol. Metodologia: competitividade foi medida através de indicadores de concentração sugeridos pela literatura pertinente, entre eles: Top 4, C4, Gini e Herfindahl. Além disso, a partir do uso de análise de regressão (Mínimos Quadrados Ordinários), estimamos estatisticamente os determinantes da competitividade do Campeonato Brasileiro de Futebol. Resultados:Todos os indicadores estudados, Top 4, C4, Gini e Herfindahl, revelam queda acentuada na desigualdade da distribuição de pontos entre as equipes. Todas as variáveis explicativas apresentaram-se significativas ao nível de 5%. Os resultados das regressões sugerem que, por exemplo no caso do Índice Herfindahl, em média, nos anos em que a disputa foi por pontos corridos o indicador foi 8,6 pontos (estatisticamente) menor do que nos anos em que a disputa era realizada por playoffs. Além disso, o resultado para o número de times também corrobora as conclusões observadas graficamente, ou seja, com a redução de uma equipe na competição o indicador cai, em média, 0,63 pontos, portanto, aumentando a competitividade. Conclusão:Em geral, a competitividade aumenta nos anos recentes qualquer que seja a medida utilizada na análise. Os resultados da análise de regressão sugerem que mudanças institucionais como a redução no número de equipese o advento da regra dos pontos corridos teriam contribuído para aumentar a competitividade da liga nacional.

03-11

Authors: JGC Chiminazzo, FB Del Vecchio

Objetivos:Comparar a potência aeróbia a partir de dois diferentes protocolos indiretos aplicados em futebolistas de equipe da categoria sub-15 e comparar os resultados obtidos, em função das posições exercidas no futebol. Amostra: Composta por 22 jogadores do sexo masculino, categoria sub-15 de um clube de futebol profissional. Métodos:Pesquisa observacional, descritiva e correlacionalde caráter quantitativo. Para mensuração da potência aeróbia foram empregados dois procedimentos: teste de Cooper de 2400 metros e o Yo-Yo Endurance Test. Utilizou-se a correlação linear de Pearson entre as variáveis, o teste t para amostras pareadas na comparação do O2máx,e análise de variância Oneway, com Post-Hoc de Dunnet na comparação entre as posições dos jogadores. Resultados:Os valores do VO2máx,nos dois testes não diferem entre si e apresentam alta correlação (r = 0,94, p<0,001), o tempo para percorrer 2400 metros e a distância no Yo-Yo Testtambém apresentaram correlação elevada, porém negativa (r = -0,94, p<0,001). Complementarmente, os valores de VO2máx. preditos pelos respectivos protocolos são diferentes quando consideradas as posições de jogo. Conclusão:O teste de Cooper de 2400 metros e o Yo-Yo Endurance Testsão protocolos que fornecem resultados semelhantes, e os resultados de VO2máx. obtidos por posição indicam que a especificidade da modalidade esportiva, no caso o futebol, tem exigências físicas diferentes entre as funções durante a partida, refletidas pelos valores registrados de potência aeróbia.

22-32

Authors: C Moreno, BN Pasquarelli, D Romaguera, S Martínez, PJ Tauler, A Aguiló

Objetivo:Pode-se analisar a qualidade de uma dieta comparando-a com um padrão dietético determinado em que se atribuem propriedades benéficas à saúde, como é o caso da Dieta Meditarrânea (DM), assim sendo o objetivo deste estudo foi conhecer o perfil nutricional de um grupo de jovens futebolistas da Ilha de Mallorca – Espanha, e determinar o grau de adesão dos mesmos à DM. Métodos:Foi realizado um questionário de frequência de consumo de alimentos (QFCA) com 30 alimentos à 301 futebolistas maiores de 14 anos (idade média: 17,9 ± 0,27 anos), sendo 92% do sexo masculino. Resultados:Os resultados mostraram um perfil de dieta muito similar à população balear, com ingestão menor em calorias (-217 kcal) e, maior porcentagem de consumo de hidratos de carbono que lipídeos. A comparaçãocom a ingesta recomendada de macronutrientes para futebolistas indicou déficits importantes no aporte total de kilocalorias (-1.420,4), com uma porcentagem menor de consumo (15%menos) de hidratos de carbono e um excesso no consumo de lipídios (mais de 10%) na ingesta total de energia recomendada. Os atletas que julgavam ter conheci mento de dietética e acreditavam ter uma dieta saudável tiveram um grau de adesão maior a DM. Conclusão:Verificou-se a necessidade de melhorar a formação relacionada aos hábitos nutricionais no jogadores avaliados. Um assessoramento de profissionais da nutrição esportiva podería ser conveniente para os esportistas e treinadores. Seria aconselhável que os jovens avaliados aumentassem a ingesta de hidratos de carbono e diminuíssem a quantidade de lipídios na dieta.

44-50

Authors: ER Pereira, MV Carvalho, RA Freitas, LCE Santos, ES Garcia

Objetivo: Identificar o perfil das ações motoras (caminhadas, trotes, corridas, deslocamentos e sprints) de árbitros principais brasileiros durante partidas oficiais defutebol e comparar a distância percorrida por estes entre o primeiro e segundo tempo dos jogos. Amostra:Participaram desse estudo cinco árbitros do sexo masculino pertencentes ao quadro de arbitragem da Federação Mineira de Futebol. Métodos:As atividades dos árbitros foram filmadas durante 11 partidas oficiais do Campeonato Mineiro de Futebol da Primeira Divisão do ano de 2006. A distinção das ações motoras foi feita através de análise visual dasfilmagens, de acordo com a característica ação motora. Após a classificação da ação motora, multiplicou-se o tempo de deslocamento pela velocidade base de cada ação motora para fins de determinação da distância percorrida. Estabeleceu-se as velocidades de 1,62 m/s para as caminhadas, 2,46 m/s para os trotes, 3,16m/s para as corridas, 3,49 m/s para as corridas laterais e 5,08 m/s para os sprints. Resultados:A distância média percorrida pelo árbitro principal brasileiro foi de 5849 ± 224 m. Além disso, não foram encontradas diferenças significativas entre as distâncias percorridas nos dois tempos dos jogos (p>0,05). Conclusões:Com base nos resultados encontrados, conclui-se que os árbitros brasileiros apresentaram um repertório amplo de deslocamentos durante as partidas. Contrariando o previsto, os árbitros não percorreram uma menor distância no segundo tempo dos jogos, apesar de caminharem mais durante essa etapa, supostamente como estratégia de economia de energia.